Para entender os smartwatches, antes é necessário responder a uma pergunta básica: por que as pessoas, mesmo com celulares nos bolsos, ainda usam relógios?
A resposta pode variar. Alguns dirão que o relógio é apenas um acessório de moda utilizado para melhorar a imagem pessoal; enquanto muitos defenderão que acham mais prático consultar as horas no pulso do que sacando um celular do bolso.
É para o último grupo que o smartwatch funciona. Ele leva uma série de funcionalidades de um smartphone para o seu pulso, tentando tornar tudo mais intuitivo, ágil e, principalmente, prático.
A ideia é que você não precise tirar o celular do bolso para atender a uma ligação, aumentar o volume da música ou, até mesmo, tirar uma foto rápida. Você pode entender um pouco melhor o acessório ao assistir nossa matéria sobre smartwatches, no link logo abaixo deste vídeo.
Na corrida para conquistar este público, a Samsung lançou o Galaxy Gear, mas não foi a primeira grande empresa a se aventurar neste mercado. A Sony, por exemplo, já está na segunda geração de seus relógios inteligentes.
Então, vamos conhecer melhor o Gear, vendido no Brasil por aproximadamente mil e trezentos reais.
A tela é de 1,69 polegadas, com resolução de trezentos e vinte pixels por trezentos e vinte pixels e densidade de duzentos e vinte e sete pixels por polegada. O visor AMOLED, protegido por Gorilla Glass, exibe tudo com uma boa nitidez para um relógio.
O Gear vem com quatro gigabytes de memória interna, entrada USB, bateria de trezentos e quinze miliamperes-hora e Bluetooth Smart, que consome pouca energia e se conecta ao smartphone.
A bateria, que só dura um dia, é o ponto fraco do aparelho. Mas, na realidade em que estamos acostumados a recarregar os smartphones diariamente, não parece o fim do mundo fazer o mesmo com o smartwatch.
O acessório vem com apenas um botão físico, na lateral, que funciona como Home. Pesa setenta e quatro gramas, tem onze milímetros de espessura e a pulseira pode ser trocada por outras de diversas cores.
Na pulseira, você ainda encontra uma câmera de 1,9 megapixels, capaz de gravar vídeos em setecentos e vinte pê. A qualidade dela é uma grata surpresa. As fotos ficam realmente boas, se considerarmos que foram tiradas com um relógio. Se bem que, na maioria das vezes, você provavelmente vai preferir fotografar com o celular. Mesmo assim, a câmera do Gear pode ser útil para cliques rápidos e discretos.
Também há dois alto-falantes, que permitem usar o relógio no pulso esquerdo ou direito. Conversar com alguém pelo Galaxy Gear é uma experiência muito estranha, mas curiosa. É difícil saber se vai agradar a maioria das pessoas ou não. Basicamente, é necessário levar o relógio até a orelha, quase como se estivesse segurando um celular invisível. É prático, mas cansativo.
Dá para fazer e receber ligações diretamente pelo Gear, deixando o smartphone mais tempo no bolso. Mas, há um defeito aqui: o registro de ligações não é sincronizado. Então, se você atende a uma chamada em seu celular, ela não ficará registrada no relógio, e vice-versa.
Um ponto interessante é o S Voice, que responde a uma série de comandos de voz. O recurso funciona em português, mas não é dos mais inteligentes para reconhecer o que o usuário diz. Além disso, dependendo da velocidade de sua banda, ele pode demorar demais para trazer resultados. O recurso também poderia passar a permitir a redação de e-mails, já que só funciona com mensagens SMS.
O Gear aceita alguns aplicativos especialmente desenvolvidos para relógios, como o Evernote e o Path. Ainda há pouquíssimas opções, mas a escassez é natural para um produto que ainda não provou seu valor ao mundo. Os aplicativos disponíveis geralmente são interessantes.
Por fim, o pior defeito do Gear: a integração com as redes sociais. Apesar de avisar os usuários sobre as notificações que chegam pelas redes sociais, é preciso sacar o smartphone do bolso para checar as novidades. O recurso não parece ter muita utilidade, além de desconcentrar as pessoas e incentivá-las a não tirar o olho do telefone.
Por enquanto, o Gear funciona apenas com os Galaxys Note 2 e 3, Galaxy S3, e Galaxy S4. A proposta, como já dissemos, é ser um intermediador entre o smartphone e a pessoa, mas a conexão só funciona a curtas distâncias em torno de três metros.
Vale a pena?
Nós ficamos surpresos com o Galaxy Gear. Quando ele foi lançado, boa parte da imprensa internacional detonou o aparelho em seus reviews. É verdade que o relógio está longe de ser perfeito, mas também não é um fracasso completo.
O Gear nos ajudou a entender a utilidade de um relógio inteligente. No entanto, ainda falha bastante em relação ao que se propõe ser, principalmente na integração com as redes sociais. No final das contas, dá a impressão de que foi lançado às pressas só para atender a questões mercadológicas.
Considerando o preço de mil e trezentos reais, não recomendamos a compra, a menos que você tenha muito dinheiro sobrando. De qualquer forma, vale ficar de olho nos próximos smartwatches, principalmente nos da Samsung. Afinal, o conceito das tecnologias vestíveis tem muito potencial.
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